terça-feira, 28 de setembro de 2010

Yom Kippur - Dia do perdão

O feriado mais especial que já vi.

Av. Dizingof, uma das mais movimentadas de Tel Aviv

O propósito de Yon Kippur é pedir perdão a Deus por todas as ofenças cometidas durante último ano. Acredita-se que, a cada Rosh Hashanah, Deus escreve o destino de cada  pessoa, no Livro na Vida e espera por dez dias, até Yom Kippur, para proferir o veredicto. Os judeus praticantes, durante esses dias fazem um trabalho de reflexão e atenção redobrada aos preceitos religiosos.

O feriado começa antes do pôr do sol, do nono dia do primeiro mês (Tishrei) do calendário judeu. As famílias se reunem e fazem sua última refeição, até as 18h20 do dia seguinte. Quando soará o "shofar"  (uma espécie de berrante) nas sinagogas.

Yom Kippur é um dos feriados mais apreciados e seguidos em Isarel, não apenas os religiosos, mas uma boa porção dos judeus seculares seguem a tradição. Segundo a Wikipedia, em 2008, 63% dos judeus israelenses jejuaram e quase todos vão à sinagoga, mesmo os que não aderem ao jejum.

O que torna esse dia muito especial é o fato de não haver carros circulando nas ruas. Um silêncio pacificador toda conta do ambiente. As crianças saem em bicicleta pelas avenidas, os cachorros são liberados das coleiras e a atmosfera é de paz e liberdade. Muitos vestem branco. Todos vão às ruas para caminhar, ler no banquinho da praça, patinar, andar de skate, o que quiser. Não há perigo. A sensação é do dia em que a terra parou.

Gosto de pensar nesse dia como um dia em que perdão e conciênscia são derramados sobre todos na face da terra. Consciência do sofrimento alheio, de pessoas, de animais, da vida em si. Um dia em que todos percebem um pouco mais a essência da vida e a grande cadeia que nos liga a todos , sentem mais amor.

Este ano resolvi seguir meu companheiro no jejum e não foi fácil, quer dizer, em casa não é tão ruim, mas quando sai para caminhar me senti bem fraquinha. Como um casal de velhinhos sentávamos de pouco em pouco para recuperar as forças. Para mim é como é como uma limpeza do corpo e da alma. também uma forma de valorizar pequenas coisas, como o simples prazer de beber aguá.

Yom Kippur é um feriado legalizado pelo Estado de Israel, ou seja, não há transporte público, todos os estabelecimentos comerciais, incluindo restaurantes devem permanecer fechados, não há transmissão de rádio ou TV. Dirigir não é proibido por lei, mas incrivelmente nem os radicalmente contra religião fazem isso.

A população de Israel durante Yom Kippur se divide em quatro grupo. Os praticantes que vão à Sinagoga quatro vezes, em determinados horários, para rezar. Os que não vão à sinagoga, mas que jejuam e ficam mais sucegados sem usar internet e celular. Os que não jejuam, mas procuram não fazer muito barulho com música e afins e, finalmente, os que não estão nem aí e vão pro parque fazer churrasco, uma grande minoria e, se for em Jerusalém, vão levar uma pedrada com certeza.

Encerramento de Yom Kippur, todos na sinagoga

Um pequeno comentário: Imaginem, em 1973, quando, durante uma calma tarde de Yom Kippur, ouviu -se no ar uma sirene e o rádio voltou a transmitir para anunciar o ataque surpresa por Egito e Síria...

Quer saber mais detalhes?
http://en.wikipedia.org/wiki/Yom_Kippur - em inglês
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yom_kippur - português
http://therayve.blogspot.com/search/label/Yom%20Kippur - O blog de uma amiga que postou um vídeo bem legal, dá pra sentir um pouco da atmosfera.
http://logomotora.blogspot.com/2009_09_01_archive.html - Outro blog, de outra amiga. Em espanhol.

Divirtam-se!!!

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