quarta-feira, 30 de junho de 2010

Festa do Brasil em Yaffo

A copa do mundo fica ainda mais especial e divertida quando se está longe da terra natal.
Última sexta-feira, teve jogo do Brasil contra Portugal e rolou uma festa, Sambadobom, em Yaffo, a cidade antiga, na zona sul de Tel Aviv.



Eu não imaginava, mas Israel está cheia de brasileiros. Houvi dizer que no sul tem até um kibutz brazuka. Além do mais os israelenses adoram o Brasil. Basta você dizer que é brasileiro e eles começam com “tudo bom, tudo bem” e ficam super empolgados.
O Brasil tem muitos problemas, mas o jeito de de ser do brasileiro, a aceitação das diferenças culturais, religiosas, essa grande mistura que é o país e a constante luta pela sobrevivência, fazem com que o povo brasileiro tenha um calor que é, sem dúvida, apreciado por esse mundo afora.


Vai um video curtinho só pra sentir o clima brasileiro.


Não acho que vamos ganhar a copa este ano, mas viva o Brasil!!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O caso do navio Marmara

Primeiro dia.
No início da tarde fiquei sabendo de um confronto entre a marinha israelense e um navio turco que tentava alcançar a faixa de Gaza. Houveram mortes do lado turco.
Tratei de ficar de olho nas notícias pra tentar entender o que estava acontecendo. Liguei a TV no Skynews, canal de notícias da Tv britânica.
No final do dia eu estava com raiva de Israel. Assisti à algumas imagens filmadas com celular de dentro no navio. Mostrava pessoas indefesas sangrando, mulheres correndo pra lá e pra cá tentando socorrer os feridos. Uma curta entrevista com Einat Wilf, membro do parlamento israelense, o “knesset”, na qual, ela declarou que a operação foi um erro. “Civis morreram, soldados foram feridos. Nós não deveríamos estar lá”. E, pra terminar, comentários de pacifistas britânicos que protestavam em Londres, dizendo que conheciam as pessoas à bordo do navio, que eram pacifistas engajados e que absolutamente não havia armas no navio e, por fim, que a postura israelense era absurda e inaceitável.

Segundo dia. Menos poeira no ar, os fatos se tornam mais claros.
A posição da Skynews recuou de um dia pro outro. Enquanto no primeiro dia, os israelenses foram pintados como malfeitores bastardos que não permitiam que os necessitados recebessem ajuda, no segundo dia, os pacifistas já não eram tão pacifistas assim.
O que foi mostrado?
1- Um vídeo com os soldado israelense apanhando antes mesmo de soltar a corda do helicóptero, de onde desciam.
2-Entrevista ao vivo com um dos ministros, explicando que, dos seis navios interditados, cinco não ofereceram resistência, foram escoltados para o porto Israelense, onde seriam averiguados e o conteúdo seria encaminhado para Gaza pelo exército israelense. O único navio que apresentou resistência foi o Marmara, no qual os soldados foram atacados e teriam agido em legítima defesa.
3- O posicionamento de alguns países e das Nações Unidas que não foram tão enfáticos em condenar Israel, mas demonstraram a necessidade de uma profunda investigação.

Assisti à como a notícia foi veiculada no jornal nacional e me surpreendi, constatando que a notícia foi bem menos tendenciosa do que eu imaginava. A reportagem do dia 31 de maio, cobriu os dois lados satisfatoriamente. Lembrando que não existe imparcialidade.
Notícias impressas foram mais tendenciosas, omitindo alguns fatos e usando termos bastante pesados, como rapto e massacre.

Depois de todos esses dias recebi um vídeo caseiro que mostra os soldados israelenses encontrando armamento pesado, estou falando de mísseis e coisas do gênero, entre o conteúdo à bordo do navio. Isso foi divulgado no Brasil? Acho que não e, acho que em lugar nenhum, isso me deixa com a pulga atrás da orelha e com a sensação que tem gente muito poderosa que não tem interesse na verdade ou no esclarecimento dos fatos.
O mais natural seria que esse vídeo fosse bem divulgado para que as pessoas entendessem o que realmente aconteceu, a preocupação e, consequentemente, as ações de Israel.

Moral da história. Acredito que a invasão aos navios e as ações de Israel para garantir a segurança de seu território são justificáveis. Apenas acho que eles deveriam estar mais preparados para enfrentar resistência usando bombas de gás, e projéteis com tranquilizantes. Isso garantiria menos ódio e uma melhor imagem para Israel.
Tem muita informação faltando. Quem morreu? No final pouco se falou sobre o assunto e não se sabe se esses indivíduos eram mesmo pacifístas engajados ou terroristas. Por que?
Bem, no momento está todo mundo preocupado com a copa e, esse assunto já ficou pra trás.

Assista ao vídeo que mostra as armas encontradas na embarcação turca.
http://www.flix.co.il/tapuz/showVideo.asp?m=3423928

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Parada Gay em Tel Aviv

Uma semana antes, ruas mais coloridas.




Teenagers... like to be extreme.

Família moderna, mas com tradição!

Contraste.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Brasil, Irã e Israel

Bom, depois das sirenes e das notícias de guerra na Coréia, resolvi fazer uma pesquisa e me inteirar do assunto.
Quando vi no noticiário que o Lula foi visitar o Irã, estava jantando na casa de amigos e, também por não falar a língua, não pude entender exatamente o que estava sendo dito.
Um amigo falou em tom de brincadeira.
- A gente acha que o Lula gosta mais dos árabes do que da gente. Quando ele vem pra cá fica apenas dois dias, lá ele passa uma semana, rsrsr.
Eu respondi:
- É, na verdade os brasileiros tem uma tendência (basicamente suportada pela mídia internacional) de achar que os judeus agem como uns filhos da puta em relação aos árabes.
Pensei comigo mesma, caramba, o que é que o Lula tá fazendo lá? Vai meter o bedelho num assunto que ele não conhece querendo dar uma de defensor dos fracos e oprimidos e vai acabar dando um empurrãozinho pra mais uma guerra, além de sofrer sanções econômicas desnecessárias.
Santa ignorância. Depois de ler sobre o assunto em várias fontes diferentes fiquei até orgulhosa do nosso presidente.
Além dos interesses que o Brasil tem na produção de energia nuclear ele agiu com grande diplomacia.
Alguns acreditam que o posicionamento do Brasil é arriscado, mas eu concordo com Lula. Se queremos paz temos que dar ouvidos as partes. Demonstrar algum respeito. Como os EUA vão conseguir alguma coisa com um país como o Irã se o posicionamento deles é ou oito ou oitenta?
Lula defende o direito do Irã em produzir energia nuclear desde que não seja na fabricação de armas. Para que isso ocorra os EUA fizeram uma proposta ao Irã. Eles deveriam trocar o urânio enriquecido por urânio usado para fins medicinais. Inicialmente, Ahmedinejad, o presidente do Irã, concordou com a troca, mas por pressão de seus compatriotas religiosos fundamentalistas  que acusaram Ahmedinejad de estar se dobrando perante Satã, (problema que gera toda a intolerância mundial e muitas guerras) ele voltou atrás na decisão.
Eu entendo o medo de Israel que, com certeza, prefere que o Irã não tenha nenhum tipo de produção nuclear. Afinal, eles são uma maioria fundamentalista que odeia tudo que é diferente e, como negociar com fanáticos que sacrificam a si mesmos ou à seus próprios filhos em nome da “verdade” e da vontade de Deus?
Vale lembrar a afirmação do presidente iraniano negando o holocausto e repudiando os gays. Afirmação que Lula lamentou digna e publicamente.
Eu morando aqui, também morro de medo e, sinceramente, prefiro que países fundamentalistas como o Irã, não tenham acesso à coisas tão perigosas. Mas aí é que esta o X da questão. Querer obrigar o país a abrir mão de uma possibilidade é  fechar a janela para o diálogo e, consequentemente, para a paz.
Os Israelenses não acreditam que o Irã vá deixar de tentar produzir armas nucleares e, acreditem, eles têm razões de sobra pra desconfiar.
Lembrem-se que o Irã é um país não democrático, com altíssima censura e que procura demonstrar a própria população que eles tem grande controle e poder na política internacional.
É muito difícil lidar com esses caras. 
Infelizmente, grupos de religiosos fundamentalistas que tem poder nas mãos fazem grande pressão sobre os governos para que atitudes, na verdade, estúpidas, como construir na zona árabe, sejam tomadas. Muitos interesses econômicos por trás de ideologia, lidando com vidas, derramando sangue, trazendo sofrimento e dor. Lamentável.
Faço votos para que o acordo entre Brasil, Turquia e Irã realmente mine as possibilidades que o Irã tem de lidar com armas nucleares
 e que nunca mais na história da humanidade o horror de Hiroshima se repita, ainda que isso me pareça um tanto quanto infantil. Infelizmente.


Para saber mais sobre a história e a cultura iraniana assista PersepolisÉ uma animação muito bacana e ilustrativa.


Quer entender melhor a questão? Acesse os links abaixo:


http://noticias.r7.com/internacional/noticias/assessor-nega-que-visita-de-lula-leve-ultimato-ao-ira-20100515.html

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1942940,00.html

Dica: use o google chrome e traduza textos em outras línguas.


Em breve: Reflexões sobre os navios turcos e a atitude do exército israelense.