terça-feira, 1 de junho de 2010

Brasil, Irã e Israel

Bom, depois das sirenes e das notícias de guerra na Coréia, resolvi fazer uma pesquisa e me inteirar do assunto.
Quando vi no noticiário que o Lula foi visitar o Irã, estava jantando na casa de amigos e, também por não falar a língua, não pude entender exatamente o que estava sendo dito.
Um amigo falou em tom de brincadeira.
- A gente acha que o Lula gosta mais dos árabes do que da gente. Quando ele vem pra cá fica apenas dois dias, lá ele passa uma semana, rsrsr.
Eu respondi:
- É, na verdade os brasileiros tem uma tendência (basicamente suportada pela mídia internacional) de achar que os judeus agem como uns filhos da puta em relação aos árabes.
Pensei comigo mesma, caramba, o que é que o Lula tá fazendo lá? Vai meter o bedelho num assunto que ele não conhece querendo dar uma de defensor dos fracos e oprimidos e vai acabar dando um empurrãozinho pra mais uma guerra, além de sofrer sanções econômicas desnecessárias.
Santa ignorância. Depois de ler sobre o assunto em várias fontes diferentes fiquei até orgulhosa do nosso presidente.
Além dos interesses que o Brasil tem na produção de energia nuclear ele agiu com grande diplomacia.
Alguns acreditam que o posicionamento do Brasil é arriscado, mas eu concordo com Lula. Se queremos paz temos que dar ouvidos as partes. Demonstrar algum respeito. Como os EUA vão conseguir alguma coisa com um país como o Irã se o posicionamento deles é ou oito ou oitenta?
Lula defende o direito do Irã em produzir energia nuclear desde que não seja na fabricação de armas. Para que isso ocorra os EUA fizeram uma proposta ao Irã. Eles deveriam trocar o urânio enriquecido por urânio usado para fins medicinais. Inicialmente, Ahmedinejad, o presidente do Irã, concordou com a troca, mas por pressão de seus compatriotas religiosos fundamentalistas  que acusaram Ahmedinejad de estar se dobrando perante Satã, (problema que gera toda a intolerância mundial e muitas guerras) ele voltou atrás na decisão.
Eu entendo o medo de Israel que, com certeza, prefere que o Irã não tenha nenhum tipo de produção nuclear. Afinal, eles são uma maioria fundamentalista que odeia tudo que é diferente e, como negociar com fanáticos que sacrificam a si mesmos ou à seus próprios filhos em nome da “verdade” e da vontade de Deus?
Vale lembrar a afirmação do presidente iraniano negando o holocausto e repudiando os gays. Afirmação que Lula lamentou digna e publicamente.
Eu morando aqui, também morro de medo e, sinceramente, prefiro que países fundamentalistas como o Irã, não tenham acesso à coisas tão perigosas. Mas aí é que esta o X da questão. Querer obrigar o país a abrir mão de uma possibilidade é  fechar a janela para o diálogo e, consequentemente, para a paz.
Os Israelenses não acreditam que o Irã vá deixar de tentar produzir armas nucleares e, acreditem, eles têm razões de sobra pra desconfiar.
Lembrem-se que o Irã é um país não democrático, com altíssima censura e que procura demonstrar a própria população que eles tem grande controle e poder na política internacional.
É muito difícil lidar com esses caras. 
Infelizmente, grupos de religiosos fundamentalistas que tem poder nas mãos fazem grande pressão sobre os governos para que atitudes, na verdade, estúpidas, como construir na zona árabe, sejam tomadas. Muitos interesses econômicos por trás de ideologia, lidando com vidas, derramando sangue, trazendo sofrimento e dor. Lamentável.
Faço votos para que o acordo entre Brasil, Turquia e Irã realmente mine as possibilidades que o Irã tem de lidar com armas nucleares
 e que nunca mais na história da humanidade o horror de Hiroshima se repita, ainda que isso me pareça um tanto quanto infantil. Infelizmente.


Para saber mais sobre a história e a cultura iraniana assista PersepolisÉ uma animação muito bacana e ilustrativa.


Quer entender melhor a questão? Acesse os links abaixo:


http://noticias.r7.com/internacional/noticias/assessor-nega-que-visita-de-lula-leve-ultimato-ao-ira-20100515.html

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1942940,00.html

Dica: use o google chrome e traduza textos em outras línguas.


Em breve: Reflexões sobre os navios turcos e a atitude do exército israelense.


2 comentários:

  1. kkkk eu te adoro, mas nao concordo.
    Lula e Brasil nao ta pronto para jogar o jogo na mundo inteiro, tem tanto coisas para faz aqui em Brasil que e mais importante.

    O historia ja mostra que aconteser com persoal e paised como Ira, Venezuela , Norte Korea..

    Basiclly what the west world is saying in Brazilian terms:

    "Lula should not play footboll with theese guys, only and only because they don't follow the rules, they invent them during the game"

    bjos

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  2. Adorei seu comentário JayCop.

    E digo mais, quem concorda com você, sou eu.
    Tenho pensado e conversado com muitas pessoas sobre esse assunto. Também, a reação do presidente iraniano, Ahmedinejad, às sansões recentemente impostas pelas Nações Unidas, demonstra que você tem razão. Esses caras são loucos e podem aprontar uma das boas de uma hora pra outra.

    Grande abraço querido, seja sempre bem-vindo.

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